terça-feira, 8 de abril de 2014

Dor na coluna.

Depois de muito tempo, voltamos para escrever para vocês, papais e mamães de velhinhos!
Pensei muito em desistir do blog, porque lembrar dele ainda dói muito muito muito (uma dor sem igual e sem explicação), mas, se o propósito do blog é ajudar a levar informações sobre a senilidade canina para outros papais e mamães, parar agora seria negar o propósito inicial. Então resolvi continuar firme e forte! Acredito até que o blog vá me ajudar na "recuperação", bem como os comentários tão lindos e amorosos de vocês!
Tenho certeza que meu querido estará dando um help em espírito nas próximas postagens! 
Então vamos ao tema deste post:


Vocês sabiam que os cachorros também sentem dores na coluna?

Pois é. A do Boomer eu só fui descobrir muito tempo depois de ele já ter desenvolvido o problema. Isso porque nossos peludos fazem de tudo para conviver bem com as suas dores e evitar nos preocupar (tem demonstração de afeto maior que essa?).
Uma vez, quando fui pegá-lo no colo (eu sempre peguei da forma errada, pois nunca soube que havia uma maneira "correta" de se pegar o cachorro no colo), ele deu um mega gemido. Eu assustei. Achei que tivesse machucado as patas dele, mas como ele se comportou normalmente depois, pensei ter sido só um susto mesmo.
Outro dia fui pegá-lo no colo e mais um gemido. Isso aconteceu mais algumas vezes, e eu fiquei sem saber de onde vinha aquilo tudo. Percebi então que ele evitava subir nos móveis (eu sempre deixei que ele subisse onde quisesse), mas achei que fosse por falta de força nas pernas. Até que, finalmente, não sei porquê, resolvi fazer uma massagem nas costas dele, pressionando os músculos em volta da coluna e eis que ele me abriu um berreiro. Não preciso nem dizer que me senti a pior pessoa do mundo, né? Estava na hora de investigar aquilo.
Batata: dor na coluna!

Eu sempre fui do time dos que não tomam remédio por nada nesse mundo, e sempre evitei dar muito remédio pro velhinho, então fomos tomando algumas providências para evitar que ele sentisse dor ou forçasse demais. Vou colocar aqui para vocês alguns hábitos que nós  adotamos, mas a linda Luisa Mell (sou super fã! rsrs!) fez um post bem bacana sobre isto que vocês podem espiar clicando aqui.

1 - Cortar os pelos das patas e as unhas!
Parece óbvio, mas como o Boomer era peludão, ficava difícil manter os pelos das patas bem aparados, mas demos um jeito! Ele detestava, dava chiliques, chorava...(era mesmo um mimado! rsrs!) Mas tive que ser firme e ter MUITA paciência. {Aliás, já falei para vocês que Paciência é a virtude que os papais de velhinhos têm que desenvolver, né? Até isso eles nos ensinam!}
Cortar as unhas era outro martírio. Ele detestava só tudo que tivesse a ver com as patas dele e qualquer tipo de objeto cortante. Claro que manter as unhas bem aparadas é importante para muitas outras coisas, mas para a dor na coluna especialmente. Porque? Porque quando as unhas estão compridas elas provocam uma torção nos dedinhos toda vez que o peludo se apoia nas patas. Dessa forma as almofadinhas não entram totalmente em contato com o chão e a pata perde aderência, além de poder machucar os próprios dedinhos e raízes das unhas.
Os pelos devem estar bem aparados pelo mesmo motivo. Quando as almofadinhas não estão em contato com o chão, o cão não tem firmeza para andar e sai escorregando pela casa mesmo se o chão não for liso. O resultado pode ser desde uma forçada nas patas e na coluna até um tombo que machuque pra valer.

2 - Cuidado ao pegar no colo!
Não sei como vocês pegam seus pequenos no colo, mas eu sempre peguei por baixo das patas dianteiras e o suspendi (Rei Leão style). Isso pode ser problemático porque força a coluna, e pior ainda se o peludo já tiver um problema (como foi o caso do Boomer) pois ele vai sentir dor ao ser erguido. Então saibam que existem algumas formas mais recomendáveis de levantar seus peludos:


3 - Altura do pote de água e comida!
Como o cachorro tem que abaixar a cabeça para chegar aos potes, se ele tiver dor na coluna isso pode trazer um esforço até perigoso. No caso do Boomer, ele começou a se desequilibrar e perder o controle das patas (parte disso porque ele já estava com pouca força nas patinhas).
Como  nós já tínhamos as tigelas sem suporte (e as com suporte são super caras!), eu improvisei um suporte bem simples com uma caixa de sapato e contact. Cabe a vocês definir a melhor altura do suporte, e o resto é fácil:

É importante que vocês revistam a caixa com o contact, pois a maioria das caixas de sapato é de papelão e o papelão pode encharcar e apodrecer (ou seja, criar um montão de fungos verdinhos, branquinhos, coloridinhos, peludinhos...), e/ou acumular pedacinhos de comida. O contact serve para impermeabilizar o papelão e dar mais durabilidade ao suporte.
Pronto! Não é necessária nenhuma habilidade avançada de patchwork para fazer!
Coloquei o tapetinho em baixo para ajudar na aderência das patinhas, porque meu velho se desequilibrava muito.

4 - Cuidado ao subir e descer!
Quem aguenta essa carinha?
A partir de um certo momento, ele parou de subir nos móveis e desenvolveu uma tática extremamente persuasiva: ele sentava bem à frente do móvel que ele gostaria de subir, botava aquele olhar de coitadinho e choraaaaava. Eu me derretia, pegava-o no colo para colocá-lo onde ele quisesse. Isso era para subir, mas depois para descer eu tinha que ficar bem esperta, porque o velho se achava super independente e queria descer sozinho. As vezes que eu não tomava cuidado, ele se jogava e se esborrachava no chão. Não preciso nem dizer que é perigoso, né? Então, papais e mamães, fiquem atentos aos sinais dos seus peludos!
Subir e descer escadas sozinho ficou terminantemente proibido também. Sempre no colo!

5 - Carinhos e posições para deitar!
Todo bom cachorro (mimado) adora uma coçadinha na barriga, certo? E o Boomer não era exceção! Na "mocidade" dele, era só uma mão chegar perto que ele já se jogava no chão de barriga para cima, e até quando eu o colocava no colo para fazer um carinho, tinha o costume de deitá-lo de barriga para cima e ele dormia gostosamente.
Não sei se em todos os casos de dor na coluna é assim, mas ele passou a sentir dor e ficar bem desconfortável nesta posição, então começamos a evitar. Na velhice avançada, ele só deitava de lado, ou na "posição da esfinge".
Também é recomendável ter mais atenção com os carinhos, pois sei de histórias de cães super dóceis que passaram a morder as pessoas que iam fazer carinho onde eles sentiam dor. O Boomer nunca chegou a morder (ele sempre foi "da paz"! rsrs! Tão "da paz" que uma vez apanhou de um gato na rua.), mas ele se remexia todo se chegássemos com a mão perto de onde doía.
Aos poucos fomos mostrando para ele que só encostar não provocaria dor, e logo conseguimos até fazer massagem, o que parecia aliviar bastante a dor, pelo menos por algum tempo.


Os cuidados que nós tomávamos eram estes. A vet. dele contou que ela tinha uma paciente que teve que ser internada por conta da dor na coluna, então acredito que deva variar muito de caso para caso, mas é sempre bom adotar hábitos que facilitem a vida dos nossos velhinhos!

Espero que este post seja útil a muitos velhinhos e velhinhas doloridos. Pais, prestem atenção aos sinais dos seus cães e proporcionem a eles velhices felizes!
Valeu, pessoal!