terça-feira, 8 de abril de 2014

Dor na coluna.

Depois de muito tempo, voltamos para escrever para vocês, papais e mamães de velhinhos!
Pensei muito em desistir do blog, porque lembrar dele ainda dói muito muito muito (uma dor sem igual e sem explicação), mas, se o propósito do blog é ajudar a levar informações sobre a senilidade canina para outros papais e mamães, parar agora seria negar o propósito inicial. Então resolvi continuar firme e forte! Acredito até que o blog vá me ajudar na "recuperação", bem como os comentários tão lindos e amorosos de vocês!
Tenho certeza que meu querido estará dando um help em espírito nas próximas postagens! 
Então vamos ao tema deste post:


Vocês sabiam que os cachorros também sentem dores na coluna?

Pois é. A do Boomer eu só fui descobrir muito tempo depois de ele já ter desenvolvido o problema. Isso porque nossos peludos fazem de tudo para conviver bem com as suas dores e evitar nos preocupar (tem demonstração de afeto maior que essa?).
Uma vez, quando fui pegá-lo no colo (eu sempre peguei da forma errada, pois nunca soube que havia uma maneira "correta" de se pegar o cachorro no colo), ele deu um mega gemido. Eu assustei. Achei que tivesse machucado as patas dele, mas como ele se comportou normalmente depois, pensei ter sido só um susto mesmo.
Outro dia fui pegá-lo no colo e mais um gemido. Isso aconteceu mais algumas vezes, e eu fiquei sem saber de onde vinha aquilo tudo. Percebi então que ele evitava subir nos móveis (eu sempre deixei que ele subisse onde quisesse), mas achei que fosse por falta de força nas pernas. Até que, finalmente, não sei porquê, resolvi fazer uma massagem nas costas dele, pressionando os músculos em volta da coluna e eis que ele me abriu um berreiro. Não preciso nem dizer que me senti a pior pessoa do mundo, né? Estava na hora de investigar aquilo.
Batata: dor na coluna!

Eu sempre fui do time dos que não tomam remédio por nada nesse mundo, e sempre evitei dar muito remédio pro velhinho, então fomos tomando algumas providências para evitar que ele sentisse dor ou forçasse demais. Vou colocar aqui para vocês alguns hábitos que nós  adotamos, mas a linda Luisa Mell (sou super fã! rsrs!) fez um post bem bacana sobre isto que vocês podem espiar clicando aqui.

1 - Cortar os pelos das patas e as unhas!
Parece óbvio, mas como o Boomer era peludão, ficava difícil manter os pelos das patas bem aparados, mas demos um jeito! Ele detestava, dava chiliques, chorava...(era mesmo um mimado! rsrs!) Mas tive que ser firme e ter MUITA paciência. {Aliás, já falei para vocês que Paciência é a virtude que os papais de velhinhos têm que desenvolver, né? Até isso eles nos ensinam!}
Cortar as unhas era outro martírio. Ele detestava só tudo que tivesse a ver com as patas dele e qualquer tipo de objeto cortante. Claro que manter as unhas bem aparadas é importante para muitas outras coisas, mas para a dor na coluna especialmente. Porque? Porque quando as unhas estão compridas elas provocam uma torção nos dedinhos toda vez que o peludo se apoia nas patas. Dessa forma as almofadinhas não entram totalmente em contato com o chão e a pata perde aderência, além de poder machucar os próprios dedinhos e raízes das unhas.
Os pelos devem estar bem aparados pelo mesmo motivo. Quando as almofadinhas não estão em contato com o chão, o cão não tem firmeza para andar e sai escorregando pela casa mesmo se o chão não for liso. O resultado pode ser desde uma forçada nas patas e na coluna até um tombo que machuque pra valer.

2 - Cuidado ao pegar no colo!
Não sei como vocês pegam seus pequenos no colo, mas eu sempre peguei por baixo das patas dianteiras e o suspendi (Rei Leão style). Isso pode ser problemático porque força a coluna, e pior ainda se o peludo já tiver um problema (como foi o caso do Boomer) pois ele vai sentir dor ao ser erguido. Então saibam que existem algumas formas mais recomendáveis de levantar seus peludos:


3 - Altura do pote de água e comida!
Como o cachorro tem que abaixar a cabeça para chegar aos potes, se ele tiver dor na coluna isso pode trazer um esforço até perigoso. No caso do Boomer, ele começou a se desequilibrar e perder o controle das patas (parte disso porque ele já estava com pouca força nas patinhas).
Como  nós já tínhamos as tigelas sem suporte (e as com suporte são super caras!), eu improvisei um suporte bem simples com uma caixa de sapato e contact. Cabe a vocês definir a melhor altura do suporte, e o resto é fácil:

É importante que vocês revistam a caixa com o contact, pois a maioria das caixas de sapato é de papelão e o papelão pode encharcar e apodrecer (ou seja, criar um montão de fungos verdinhos, branquinhos, coloridinhos, peludinhos...), e/ou acumular pedacinhos de comida. O contact serve para impermeabilizar o papelão e dar mais durabilidade ao suporte.
Pronto! Não é necessária nenhuma habilidade avançada de patchwork para fazer!
Coloquei o tapetinho em baixo para ajudar na aderência das patinhas, porque meu velho se desequilibrava muito.

4 - Cuidado ao subir e descer!
Quem aguenta essa carinha?
A partir de um certo momento, ele parou de subir nos móveis e desenvolveu uma tática extremamente persuasiva: ele sentava bem à frente do móvel que ele gostaria de subir, botava aquele olhar de coitadinho e choraaaaava. Eu me derretia, pegava-o no colo para colocá-lo onde ele quisesse. Isso era para subir, mas depois para descer eu tinha que ficar bem esperta, porque o velho se achava super independente e queria descer sozinho. As vezes que eu não tomava cuidado, ele se jogava e se esborrachava no chão. Não preciso nem dizer que é perigoso, né? Então, papais e mamães, fiquem atentos aos sinais dos seus peludos!
Subir e descer escadas sozinho ficou terminantemente proibido também. Sempre no colo!

5 - Carinhos e posições para deitar!
Todo bom cachorro (mimado) adora uma coçadinha na barriga, certo? E o Boomer não era exceção! Na "mocidade" dele, era só uma mão chegar perto que ele já se jogava no chão de barriga para cima, e até quando eu o colocava no colo para fazer um carinho, tinha o costume de deitá-lo de barriga para cima e ele dormia gostosamente.
Não sei se em todos os casos de dor na coluna é assim, mas ele passou a sentir dor e ficar bem desconfortável nesta posição, então começamos a evitar. Na velhice avançada, ele só deitava de lado, ou na "posição da esfinge".
Também é recomendável ter mais atenção com os carinhos, pois sei de histórias de cães super dóceis que passaram a morder as pessoas que iam fazer carinho onde eles sentiam dor. O Boomer nunca chegou a morder (ele sempre foi "da paz"! rsrs! Tão "da paz" que uma vez apanhou de um gato na rua.), mas ele se remexia todo se chegássemos com a mão perto de onde doía.
Aos poucos fomos mostrando para ele que só encostar não provocaria dor, e logo conseguimos até fazer massagem, o que parecia aliviar bastante a dor, pelo menos por algum tempo.


Os cuidados que nós tomávamos eram estes. A vet. dele contou que ela tinha uma paciente que teve que ser internada por conta da dor na coluna, então acredito que deva variar muito de caso para caso, mas é sempre bom adotar hábitos que facilitem a vida dos nossos velhinhos!

Espero que este post seja útil a muitos velhinhos e velhinhas doloridos. Pais, prestem atenção aos sinais dos seus cães e proporcionem a eles velhices felizes!
Valeu, pessoal!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Linha de chegada.

Olá, queridos!

Como vocês já sabem pelo último post, o Boomer estava correndo em sua maratona (hospitalar).
Na quinta feira ele voltou para casa, "para nossa alegria"!!
Devo lhes dizer que ele não estava muito fácil de lidar naquele dia, mas era mais do que natural, já que ele tinha acabado de passar quase uma semana com tubinhos de plástico enfiados nas patas, e ele, por sua vez, enfiado numa gaiola.
Como é cruel esse negócio de deixar o cachorro internado. Talvez porque eu sempre achei que o Boomer era gente (ele também acreditava piamente nisso), e a diferença entre internar uma pessoa e internar um cachorro é brutal (mas não mais barata). Mas o que poderíamos fazer? Não tínhamos como monitorar todas as funções vitais dele aqui em casa, ajustar doses de remédios, etc, então o jeito foi deixá-lo lá.
Saber que seu amigo está enfiado numa gaiola, rodando em seu próprio eixo por causa da "doidera" que o Alzheimer causou no pequenino cérebro dele... foi uma sensação terrível para nós que ficamos aqui na expectativa, ligando para a  internação de cinco em cinco minutos para saber como ele estava, como estava a pressão, se ele havia comido e/ou tomado água, etc., e percebíamos que, sempre que a responsável pela internação iria nos dar um resumo das "atividades" dele, ela checava um monte de papéis ao invés do nosso amigo. Enfim, acredito que eles fizeram, sim, o melhor que podiam com os recursos que tinham. - Uma responsável pela internação chegou a ficar irritada com a minha insistência em uma das ligações e confessou que ela estava cuidando de mais de vinte animais naquela noite ("e o kiko?"). -

Tá, ele voltou para casa "para nossa alegria", como eu ia dizendo. Montamos acampamento do lado dele, literalmente. Eu e minha mãe nos revezávamos para ficar de olho nele, mas a maior parte do tempo as duas ficavam por perto.
Montamos um "círculo" entre o sofá e o móvel da TV com almofadas para que ele pudesse girar à vontade sem se machucar. Ele estava irreconhecível para falar a verdade. Talvez já estivesse  "mais para lá do que para cá", como se diz por aí.
À noite conseguimos que ele dormisse um pouco, mas ele só parava para deitar se nós o colocássemos deitado, e aí ele pegava num sono pesado em, tipo, meio minuto.
Durante a sexta feira, nós demos água e comida na boca, demos todos os remédios e cuidamos de tudo que estava ao nosso  alcance (o resto era com ele).
Vou encurtar a história agora, porque começa a ficar triste, e eu não quero que nosso velho seja lembrado pelo único momento de tristeza que ele nos deu durante todos os dezessete anos de vida dele.
Por volta das 14h medimos a pressão lá no hospital: 200. Ele passou o dia moribundo, até que, quando ele parou de deglutir, decidimos que o sofrimento já estava demais para ele (para nós, esse limite já havia sido transposto há bastante tempo) e o levamos de volta para o hospital. Ele estava praticamente desacordado, com alguns poucos momentos de lucidez (será?). A pressão despencara para 130, a mais baixa que já medimos.
Conversamos com a Drª e ela foi o mais atenciosa e delicada possível. Optamos pela eutanásia. E preciso falar para vocês que eu acreditava que já havia me preparado para  tudo, mas quando chega a "hora do vamo vê", Deus do Céu, como é difícil.
E como tomar uma decisão dessas? Quem é você para decidir até onde vai ou não a vida do seu amigo, eu perguntei uma vez para a querida R.L.. E ela me respondeu lindamente que "você vai sentir quando chegar o momento, não fique se preocupando com isso agora" (ou pelo menos foi isso que consegui depreender das palavras dela), e como ela tem muito mais experiência do que eu, e porque ela tem um coração maravilhoso, eu acreditei e aguardei o momento.
Realmente. Não sei como, nem de onde veio, mas nós sentimos, todos juntos, que aquele era, de fato, o momento. Que nós iríamos somente encurtar o caminho do sofrimento físico, e que ele cruzaria a linha de chegada mais tranquilo, sem tanto desgaste físico. E foi isso que aconteceu.
Ele lutou bravamente até o fim. Ele sempre foi muito forte. Forte a ponto de ganhar (com louvor, rsrs!) o apelido de Highlander entre o pessoal da internação. Na mesa onde fizemos o "procedimento", ele também queria lutar e dava seus espasmos para tentar ficar em pé, mas já não tinha força para mais nada. Lutar contra o quê, meu filho? Ele cruzou a linha de chegada às vinte'uma horas e cinquenta minutos, do dia sete de fevereiro de dois mil e quatorze.
Quem olhasse de fora acharia que ele estava dormindo um sono gostoso. E foi isso.

Eu não escrevi nada antes, porque, naturalmente, estava arrasada (e ainda estou, mas agora já consigo sentir saudades sem sentir dor). Não por ele, é claro, pois acredito e estou convicta de que agora sim ele vive e poderá dar continuidade ao seu ciclo evolutivo, como todos também daremos. Ele simplesmente passou desta dimensão terceira, física, material, para uma outra dimensão onde o sofrimento físico já não é mais necessário, pois a forma de viver é mais sutil.

Se me permitem um conselho, vocês também, amigos, não fiquem tristes com a morte de seus peludos. Se permitam a tristeza pela saudade, mas jamais pela morte.

Agora nós estamos no processo de nos alegrarmos novamente com a vida e com a oportunidade que nos foi concedida de termos um amigo querido. Um amigo que espera atrás da porta todos os dias, e, mesmo levando portadas na cabeça de vez em quando, não esmorece até nos ver chegar; que gosta de fazer os outros sorrirem; que faz festa por qualquer motivo; que se alegra pelo simples fato de estarmos por perto. Enfim, um amigo que nos ama incondicionalmente.



Descanse em paz, Boomerzinho, e vá brincar bastante com os amigos de outros amigos que também já cruzaram a linha de chegada como você. Nós te amamos muito! Obrigada por tudo, sempre!

Desenho que meu namorado fez no dia que nosso velho partiu.
Bom humor sempre! Rsrs!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Maratona hospitalar.

Foi na noite de domingo para segunda feira, dia dois para o dia três de fevereiro de dois mil e quatorze.
Ele já vinha bastante irritadiço por causa do calor de mais de trinta graus, mas geralmente eu lhe molhava  um pouquinho a nuca e ele ia se deitar à frente do ventilador, dormindo pesadamente em seguida.
Mas nessa madrugada alguma coisa não estava certa. O andar compulsivo habitual era outro. O stress do calor era outro. O chorinho baixinho também era outro.
Eu havia dado todos os remédios nos horários de sempre, deveria estar tudo ok. Até cedi meu ventilador para ele, para ver se ele se acalmava  um pouco e dormia (e me deixava dormir), mas nada dava certo nessa madrugada.
Meu avô sempre dizia (e nós tirávamos um sarro): "à noite é tudo difícil" e ele estava coberto de razão, porque o sono, o calor e a preocupação com tudo isso que, na minha cabeça, não deveria estar acontecendo, começou a me irritar e fiquei estupidamente de mau humor, a ponto de tentar dormir enquanto meu amigo ficava lá se batendo pelos cantos da casa. Ai de mim, quanta ignorância! Agora eu penso e me envergonho totalmente. Deveria ter tido mais paciência. Deveria ter compreendido melhor. Deveria... tanta coisa, mas por algum motivo o ser humano (eu, no caso) não consegue acertar sempre, e seguimos a madrugada assim: ele irritado, doido, andarilho de corredor, cabeceador profissional de paredes e quinas; eu irritada, sonolenta, mau-humorada... nem desconfiava que ele estaria passando por maus bocados naquela madrugada.

Dez horas da manhã: ele dormiu! Vencido pelo cansaço de uma noite de choros e caminhadas talvez, mas dormiu, e era isso que eu precisava para me tranquilizar, porque achava que seria sinal de que estava mais calmo e se sentia melhor. Engano meu.
Onze  horas, meio dia, uma da tarde, duas, três, quatro...ele dormia profundamente. Seguindo recomendações da cardiologista, acordei-o para tentar dar-lhe algo de comer. "Ração? Nem pensar!.... Biscoitinhos: só uma cheiradinha.".................. "Banana! Banana deve resolver!"
Ele cheirou e se interessou, mas alguma coisa o impedia de abrir a boca para comer. Ele estava mole, pescoço bambo, os dois olhos fechados, mas acordado. Resolvi então abrir-lhe a boca e colocar a banana à força. Sucesso! Ele comeu. Um pedacinho, dois, três, e só. Voltou a dormir.
Dormiu até cinco e meia da tarde, e vendo-o dormir daquele jeito, todo torto, respiração ofegante, não pude evitar de pensar: é agora... aquele momento que todo mundo sabe que vai chegar, que está cada dia mais perto, mas que todo mundo prefere ignorar.

Cabe fazer um parênteses aqui para louvar e agradecer a nossa querida e grande amiga R.L.:
A R. é uma alma iluminada que veio a este plano para ajudar os animais e as pessoas. Ela tem em sua casa 3 cães-SRD (sem raça definida) super sapecas que ela salvou de um destino terrível, cuidou da Filó no finalzinho de sua vida, e agora está com mais um sapeca que ainda não conhecemos (estava ameaçado de ser jogado sem dó e à própria sorte na Raposo Tavares, e nossa querida o salvou também!). Ela que cuida sempre do Boomer com muito esmero quando viajamos, cuida de mais não-sei-quantos cães de amigos quando precisam, ajuda a ONG Cão Sem Dono... enfim, é um verdadeiro anjo que temos o privilégio de ter em nossas vidas.
A R. trabalha com terapias ligadas ao corpo energético, como terapia craniossacral, reflexologia podal, reiki... e neste dia ela vinha em casa.

Quando ela adentrou nossa sala, eu estava no meio da minha reflexão sobre este momento fatídico que deveria estar para chegar, olhando fixamente para meu peludo que dormia desmaiado e resfolegante em frente ao ventilador.
Ela olhou para mim, olhou para ele, e logo percebeu. "Acho que ele está passando..." eu disse, contendo o choro. Ela me abraçou forte e logo colocou-se prontamente sentada ao lado dele, posicionou as mãos e fez com amor e bondade o que ela sabe fazer muito bem.
Em torno de uma hora ele acordou e se pôs a andar, mas estava cambaleante, os olhos cerrados, nervoso e choroso.
Chega, eu disse, vamos levá-lo ao veterinário 'que isso não é normal!

Ele ficou internado. 4ª internação.

Segunda feira, 03 de fevereiro de 2014.
Pressão arterial: 250.
Alternância entre estados de excitação e sono profundo.
Soro, Gardenal, Manitol, Besilato de anlodipino, Maleato de enalapril.
Hemograma, função renal, ultrassonografia abdominal, glicemia...........
Sem comer.


Terça feira, 04 de fevereiro de 2014.
Pressão arterial: 240.
Alternância entre estados de excitação e sono profundo.
Soro, Gardenal, Manitol, Besilato de anlodipino, Maleato de enalapril....
Comendo pouco.

Quarta feira, 05 de fevereiro de 2014.
Pressão arterial: 240.
Alternância entre estados de excitação e sono profundo.
Soro, Gardenal, Manitol, Besilato de anlodipino, Maleato de enalapril, Carvedilol....
Voltou a comer, mas vomitou  na madrugada.
"Como temos suspeita de estes sintomas terem origem no alzheimer ou num tumor cerebral frontal, temos mais uma medicação para tentar, que pode estabilizar o quadro (com pouca chance de melhora) no caso de alzheimer, ou pode piorar o quadro no caso de tumor. Para termos o diagnóstico exato, precisaríamos de uma ressonância magnética, que envolve anestesia geral, e está fora de cogitação. Esta medicação seria um tiro no escuro e preciso do consentimento de vocês para aplicá-la como último recurso."
"Ok. Vamos tentar..." 
"Daremos a nova medicação e manteremos em observação por mais 24 horas."
 Nova medicação: Revimax.


Quinta feira, 06 de fevereiro de 2014, 12h 15min.
Pressão arterial: 170 (!!!!!!!!!!)
Estados de excitação menos frequentes, sonolência.
Soro, Gardenal, Manitol, Besilato de anlodipino, Maleato de enalapril, Carvedilol, Revimax.
Comendo bem.
"Ele diminuiu bastante a ansiedade. Percebemos que umas cinco, seis horas após o Gardenal ele começa a ficar ansioso novamente, então vamos aproximar as doses para serem ministradas a cada oito horas. Ainda não sabemos os resultados do revimax, pois leva de vinte quatro à quarenta e oito horas para fazer efeito. Mantendo a pressão abaixo de cento e oitenta durante a tarde toda, à noite ele poderá voltar para casa, mas amanhã vocês precisará trazê-lo para medirmos a pressão novamente."
"Maravilha!"


E cá estamos nós: Quinta feira, 06 de fevereiro de 2014, 15h 17min, aguardando o período convencionado como "tarde" passar, e esperando pelo melhor.

Devo confessar a vocês a tristeza que tomou conta de mim nestes longos e terríveis três dias, que mais pareceram longos, terríveis e mecânicos seis períodos de alternância entre muita luz (convencionado como dia) e pouca luz (convencionado como noite), com pensamentos estanques, olhos empapados, cabeça pulsante... resignação e, principalmente, impotência.
Impotência diante do sofrimento de um amigo querido. Oferecendo-lhe algumas substâncias e aguardando seus efeitos à medida do passar cruelmente lento do tempo.
Realmente, "o tempo é elástico". Não flexível, pois não se pode negociar com ele, mas elástico, que se estica e encurta ao sabor dos sentimentos.



Agradeço imensa e especialmente à minha mamãe queriiiiida, que passa as madrugadas de olho em mim pra ver se está tudo bem!
{Ela acha que eu não percebo, mas na verdade sei que ela se segura firme e deixa os próprios sentimentos em segundo plano para poder ficar firme como sempre e me dar o apoio que eu estiver precisando a qualquer momento}
Valeu, mãe!!!!!!!!
Agradeço também ao meu pai, meu irmão, meu namorado e amigos que estiveram esta semana toda sempre perto, prontos para ajudar!

Não sei como será daqui para frente, mas espero poder em breve trazer mais uma postagem a vocês com boas notícias.
Aos papais e mamães que passam por situações semelhantes neste momento: Força! Mantenham a calma! Pensem sempre no bem estar do(a) peludo(a). Façam o melhor, o que vocês reconhecem como dever, o que estiver ao alcance de vocês e fiquem tranquilos, pois, embora acreditemos que tudo está sob nosso controle, no fundo, nós é que somos controlados [por Algo Maior].


"O melhor acontece para cada um."

Dormindo no chão do banheiro para refrescar.
Antes da "madrugada".

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

SDC, DCC, Alzheimer canino?

Síndrome de Disfunção Cognitiva - SDC para os íntimos -, sinônimo de Disfunção Cognitiva Canina (DCC), ou ainda Alzheimer Canino (pronuncia-se 'alzáimer' em português).
Mas, afinal de contas, o que é isso?
"A disfunção cognitiva canina consiste num conjunto de alterações de comportamento em cães geriátricos que não são atribuídas a doenças", logo, é necessário que se faça um estudo de cada caso junto ao médico veterinário para um diagnóstico preciso. Em relatos da internet, vi que é comum que cães com 10 anos ou mais comecem a apresentar os sintomas da SDC, e o desenvolvimento dessa síndrome depende muito de cada animalzinho e dos cuidados que os proprietários têm com eles. Um cão pode ser classificado como geriátrico a partir dos 7 anos de idade.

"Estas alterações [de comportamento] podem ser de 4 categorias:
  1. Alteração de interação social;
  2. Alteração dos hábitos de treino em casa;
  3. Desorientação;
  4. Alteração dos ciclos de sono/atividade."


Para ficar mais claro, vamos dar uns exemplos de como essas alterações podem se manifestar:
  • Trocar o dia pela noite (dormir de dia e ficar acordado durante a noite);
  • Andar compulsivo (sem parar e sem rumo);
  • Se perder dentro de casa, ou andar em uma direção e de repente mudar para outra;
  • Fazer xixi ou cocô fora do lugar habitual;
  • Irritabilidade: geralmente o cachorro não quer brincar, não quer carinho, e/ou sai de perto nas tentativas de aproximação (é bom que se tome cuidado com este sintoma, pois alguns animais chegam a ficar agressivos);
  • Ficar apático, não 'fazer festa' quando alguém chega ou não se empolgar antes do passeio;
  • Ficar prostrado, ou seja, olhando num ponto fixo no espaço ou de cara com a parede por muito tempo;
  • Entre muitos outros comportamentos diferentes do habitual de cada cãozinho.

A combinação de dois ou mais destes sintomas é que pode dar o diagnóstico da SDC. 
É claro que devemos levar em consideração que o metabolismo do seu amigo velhinho já não é mais o mesmo, então é super normal que ele durma mais, coma menos e não tenha disposição para brincar toda hora como antigamente.

Segundo orientações da neurologista lindafofa do Boomer (se ela deixar, depois eu faço propaganda aqui, rsrsrs!), a SDC-DCC-Alzheimer é degenerativa e não tem cura, e isso é causa de desespero para muitos papais e mamães, mas não é para tanto. Existem inúmeras maneiras de contornar a SDC e até mesmo retardar o seu desenvolvimento com drogas e hábitos saudáveis para ele/ela. Estimular a atividade cerebral com brinquedos, brincadeiras, passeios, e tudo o mais que o peludo gosta é uma forma eficiente e natural de ajudar seu amigo. Então, comece logo a exercitar sua paciência e seu altruísmo, e mãos à obra!


No entanto, sejamos realistas. Como diz meu pai: "o corpo tem prazo de validade", então é importante que todo papai/mamãe de velhinho tenha em mente que alguma hora nossos amigos precisam 'descansar' depois de nos dar tanto amor, carinho e momentos de alegria, e [pelo menos tentar] aceitar este fato é fundamental para se manter a calma e o bom senso.


O lema agora é "Qualidade De Vida"!!

O Boomer tem a maioria (se não todos) desses sintomas, e talvez mais alguns. Isso não aconteceu de uma hora para a outra, como eu já contei para vocês aqui, e tem sido bem acompanhado desde os 11 anos dele. Ele não tomava remédios para a SDC até pouco tempo atrás (três dias, para ser mais exata), nós sempre contornamos a situação com brinquedinhos de petisco, muito amor e carinho quando ele tem alguma dificuldade de locomoção, ou se perde em casa, e pretendemos continuar fazendo tudo isso.
Há três dias então ele começou a tomar uns remedinhos que vão ajudar a aliviar esses sintomas da SDC, mas que têm foco em outras coisas, como, por exemplo, evitar novas convulsões.
Ele tem um quadro {nossa, falando assim até parece super grave} que parece ser bem comum nos cachorros velhinhos de médio/pequeno porte: hipertensão e SDC. Qual o problema disso?
O problema maior, que tem nos levado ao vet muitas vezes nos últimos tempos, é que, com a SDC, os vasos sanguíneos já não são "aquela brastemp" em flexibilidade/elasticidade {não sei que termo se usa para vasos sanguíneos...rsrs}, e, com a hipertensão, ele tinha {espero que os remédios deem conta e não tenha mais} uns picos de pressão alta. A oxigenação do cérebro já não está das dez mais, com picos de pressão e irritabilidade/stress/seilá, o resultado é convulsão e, dessa vez, aquele hifema horroroso.

Então, queridos amigos, prestem atenção aos seus velhos! Procurem informação sobre as doenças e meios de amenizar os sintomas e tratamentos. Levem seus peludos ao veterinário {quando você ou algum parente fica doente, não vai ao médico? Então...}. Existem muitos veterinários com preços acessíveis {o hospital veterinário da USP, por exemplo, oferece um monte de procedimentos gratuitos}, alguns seguros (de carro, até onde eu sei) oferecem idas a veterinários conveniados gratuitamente, etc, etc, etc. Se informe! Seu amigo conta com você, e, citando a célebre sentença de Antoine de Saint-Exupéry:

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."





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Todas as informações específicas (entre aspas) foram retiradas do artigo "Alzheimer canino?", publicado pela Direcção Clínica da CVQA, da Clínica Veterinária Quinta do Anjo (Portugal). Para ler o artigo (pdf) na íntegra, clique aqui.

Vale sempre lembrar que minha opinião é baseada nas experiências com o Boomer. Não sei absolutamente nada de medicina veterinária, ok? Se você se identificar e achar que seu cachorrinho(a) se encaixa em alguns desses padrões de comportamento, aconselho fortemente a procurar um médico veterinário.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Incontinência Urinária & Fraldas.

Oi, pessoal!
Hoje o tema é a incontinência urinária nos cães idosos e os meios que temos para contornar isso.

A incontinência urinária, como o próprio  nome já sugere, é a incapacidade do cão de conter a urina. Em outras palavras, ele não consegue segurar o xixi, e passa a fazer em qualquer lugar ou mesmo "gotejar", como é  caso do Boomer.
Li sobre alguns casos em que os proprietários, não sabendo dessa nova situação, davam broncas nos cãezinhos por achar que eles estavam se comportando mal, fazendo birra, etc. Então é bom ficar atento para os sinais que o animal  pode dar. Muitas vezes ele sente vontade e tenta ir até o lugar certo, mas acaba fazendo no caminho por não conseguir segurar; e ser repreendido por isso é descabível.

A incontinência pode acontecer em cães machos e fêmeas em qualquer idade e por inúmeros fatores, mas o maior número de ocorrências é nas fêmeas castradas e nos cães idosos de ambos os sexos.

Depois da castração (ou prostatectomia, no caso dos machos), percebemos que apareciam várias gotinhas amareladas no chão, que depois descobrimos ser xixi que estava "vazando".
O problema poderia ser rapidamente resolvido se tivéssemos um jardim ou quintal para o Boomer ficar livre-leve-e-pingando, mas como não temos (e como limpar o chão vinte vezes por dia não era uma solução viável) tivemos que pensar em alguma coisa.
Nas minhas andanças pelos petshops, descobri as fraldas descartáveis para machos. Todo mundo sabe que existem fraldas para fêmeas, mas para machos eu nunca tinha visto. Por algum tempo, foi isso que nos salvou. Ele usava uma média de 3 a 4 fraldas por dia (eu, com a minha mania de limpeza nunca consegui deixá-lo com a fralda super cheia).
Só achei duas marcas que fabricavam fraldas para machos: uma tinha a qualidade péssima (sorry!), não aguentava nada de xixi, e não encaixava direito no "aparelho" dele; a outra era uma gracinha, super funcional, mas, por ser estampada, começou a sair tinta no pelo do Boomer (que é branquelo). Mas ainda assim, no início, a praticidade venceu, e o Boomer ficou com as patinhas azuis da tinta da fralda por uns bons meses.
O único problema era o preço. O pacote maior tamanho M vem com 12 fraldas (que soltam tinta azul) e custa R$22,50 (dá R$1,85 por fralda). Fazendo uma conta rápida: ele usava 3 fraldas por dia, então o pacote durava 4 dias; um pacote e 'meio' por semana, vezes 4, dava uns 5 ou 6 pacotes por mês. Vou arredondar para 5, vai, porque às vezes ele usava menos. R$22,50 x 5 = R$112,50 todo mês se a fralda mantiver o preço e se ele não resolver fazer mais xixi, claro.
No começo, nem sentimos o preço porque era tudo novidade e não sabíamos como ia funcionar o esquema. Sempre tinha a chance de ele se rebelar e arrancar tudo, mas (graças a Deus) isso não aconteceu e ele aceitou bem.
No entanto, com o passar dos meses, o preço das fraldas começou a pesar no bolso [do meu papai queriiido!] (rsrs...), o que fez com que começássemos a investigar outros meios ou mesmo outras fraldas.
Vou colocar aqui para vocês as fraldas para macho que encontramos no mercado e seus respectivos preços:

Petlimp (aquela da qualidade  ruim):
Pacote com 10 unidades (na foto está com 8)
R$8,69
R$0,86 por fralda






Dog's Care Ecofralda (a da tinta azul):
Pacote com 12 unidades
R$21,50
R$1,79 por fralda






Dog's Care (essa não usamos):
Pacote com 6 unidades
R$11,90
R$1,98 por fralda




What?!

Dog's Care Ecofralda para passeio:
Pacote com 3 unidades
R$6,60
R$2,20 por fralda





{Tirei os preços da Cobasi}

As fraldas variam de preço de acordo com o tamanho (P, M, G, GG). Aqui eu peguei os preços de P, que são mais baratas, mas o Boomer, como já disse, usava M (R$22,50 por pacote, R$1,85 por fralda).
Se vocês conhecerem alguma outra marca ou algo mais em conta, por favor, deixem um comentário para que os outros proprietários também saibam!

Enfim, sempre ficamos tentados com as fraldas de bebê, "mas como fazer? Cortar um furo para o rabo? Mas aí ele ia fazer cocô dentro da fralda (lembrando que ele é um bichon frise branco e peludo!)? Ah, corte um furo maior! Mas aí o xixi vaza!"
Resolvemos comprar um pacote de Pampers mesmo para tentar alguma gambiarra, e aconteceu de dar super certo!
Antes de ver o passo a passo (super complicado e exige habilidade em origami...rsrs!), vamos aos números:
Optamos pela Pampers, por conta do custo benefício (é de ótima qualidade e quanto maior a quantidade, mais barata a fralda)

Pampers XG (esse é o tamanho do nosso bebê):

38 unidades = R$39,90 = R$1,05 cada
76 un. = R$68,90 = R$0,90 cada
114 un. = R$99,90 = R$0,87 cada
228 un. = R$198,99 = R$0,87 cada
De 114 para 228 os preços não baixam, então vamos parar por aqui.


{Preços do Wallmart}





Com a fralda antiga, se ele usasse 3 por dia x 365 dias = R$2.025,75 ao ano.
Com a fralda nova à R$0,87, na mesma proporção = R$952,65 ao ano.
Uma economia de "só" R$1.073,10 ao ano (claro que em "condições-ideais-de-temperatura-e-pressão": se os preços  não mudarem durante o ano todo e ele não resolver usar mais do que 3 por dia, mas no geral vocês me entenderam, né?)

Passo a passo
Não colocamos a fralda como se coloca num bebê. Nós colocamos do mesmo jeito que as fraldas de cachorro e ajustamos com fita crepe.

Você vai precisar de:
 01 fralda, 02 tiras de fita crepe, 01 cão com incontinência (rsrs!)

1: Fralda e fita crepe

2: Imaginando que a almofada é a cintura do cachorro, coloque em volta e prenda com os prendedores da fralda.

3. Vai ficar sobrando esse pedaço sem prender.

4. Dobre os cantos para dentro (exige habilidade em origami nível 01).

5. Prenda com a fita crepe (2 tiras são suficientes).

6. Pronto!


Mais fácil e econômico, impossível! {Eu acho, né? Se vocês souberem de outras formas mais fáceis e mais econômicas, nos avisem!}

Por incrível que pareça, ele aceitou super bem a fralda e já está usando há 2 anos e pouquinho. Claro que ele prefere ficar sem e lamber o "amigo" o dia todo, mas ele não reclama da fralda e vive bem com ela. Como a Pampers tem uma cobertura levinha, diferente das  fraldas para cachorro que são mais resistentes e mais plásticas, ele não sente calor, não tem alergias nem problemas de pele. Acredito que não fique nada abafado.
Para evitar possíveis probleminhas de pele, eu sempre passo um paninho umedecido desses de farmácia mesmo em cada troca.



É isso! Espero que tenha sido útil para vocês e espero poder ler seus comentários a respeito!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Como tudo começou...

Como primeiro post do blog, é bom que se situe os leitores, certo? Então vou contar um pouquinho sobre a história do meu velho (esse é um dos apelidos carinhosos dele). Desde já aviso que sou estudante de letras, sou aficionada por gramática, livros, e sou escritora amadora, então espero que vocês gostem de ler e que eu consiga prender a atenção de vocês.


Em 1997 o Boomer nasceu e eu estava na inocência dos meus 7 aninhos. Sempre fui doida por animais. No interior, onde meus avos moravam, eles sempre tiveram cachorros da raça Boxer, porque são dóceis e também servem muito bem como cães de guarda. Quando íamos para lá em feriados ou nas férias, eu me enfurnava no quintal de trás da casa dos meus avos e brincava com os cachorros o dia inteiro, literalmente, o dia inteiro. 
Não tardou para que eu pedisse, suplicasse, implorasse para que meus pais me dessem um cachorrinho. Naquela época ainda  não tinha toda essa consciência bacana sobre adoção que temos hoje, então fomos num criador e compramos (shame on me!). Ele era um bibelot: todo branquinho, pequetito, fofo, com aquele cheirinho (gostoso) de leite azedo que todo filhote tem. Pronto! Estava escolhido meu companheiro para a vida toda!
O Boomer sempre foi muito ativo e extremamente amigável (até demais: chegou a apanhar de um gato na rua). Nunca deu um probleminha sequer de saúde! Nunca, nunca! Tanto é que não tínhamos um "veterinário de confiança". Ele ia ao petshop que estivesse mais barato para tomar vacinas, ou fazer alguma consulta, e boa...

Até que, recentemente, em 2011, ele teve uma inflamação nas glândulas anais (é, os cachorros têm glândulas anais e eu nunca soube disso!) e tivemos que ir ao veterinário porque coçava muito e ele não estava fazendo n°2 direito.
Quando ele foi examinado, descobrimos que o que causou essa inflamação (ou o que dificultou para fazer nº2, já não lembro mais os detalhes) foi o aumento da próstata. Ele não era castrado e também nunca cruzou (por vontade própria).
Resolvemos que seria melhor castrá-lo, pois, uma hora ou outra, os cães machos devem ser castrados para evitar complicações médicas.
Mal sabia eu que aí começariam os probleminhas.

Esse é ele com roupinha pós-cirúrgica
(Agosto/2011)
Fizemos os exames, operamos, a recuperação foi rápida e a cicatrização, ótima. Ele levava a vida tranquilo, como sempre. Parou de fazer xixi em todo canto, ficou mais tranquilão, dormia mais... Alterações de comportamento que já eram esperadas.



Depois de um ano ou um ano e meio ele foi tomar banho num petshop aqui perto de casa que ele frequentava já há algum tempo. Ele sempre detestou banho e sempre ficou estressado, mas dessa vez foi demais para meu velhinho. Ele convulsionou. E convulsionou feio. {E os incompetentes nem me ligaram para avisar!!! Eu é que liguei depois de uma hora e pouco, e o tapado, irresponsável do tosador falou que ele tinha convulsionado logo no começo do banho (ou seja, há pelo menos uma hora!) !!!} Não preciso nem falar que fiquei doida. Corri pro petshop o mais rápido e mais desesperadamente que pude e fomos de lá direto pro hospital veterinário. Foi a segunda internação dele. Vou pular os detalhes porque isso aqui já está longo (não é fácil resumir 17 anos de vida... rsrs!). Exame d’aqui, exame de lá, descobrimos que ele tinha problemas cardíacos e era hipertenso. Começamos a controlar com remédios de farmácia humana.
O banho em petshop ficou proibido depois desse episódio. E eu aconselho fortemente a qualquer um que não leve seu(s) cachorro(s) para tomar banho em petshop. Tudo bem que deve haver exceções, mas na grande maioria deles os caras são extremamente estúpidos e os bichinhos sofrem um stress danado. Talvez seja por isso que a maioria dos cachorros que conheço detesta tomar banho...
Voltando da terceira internação com estilo
e canelas raspadas! Rsrs!
Quando fui tentar dar banho em casa, pronto. Outra convulsão. Terceira internação. Outros exames. Ele foi diagnosticado desta vez com SDC (Sídrome de Disfunção Cognitiva), tipo um Alzheimer canino, e, provavelmente, era isso, somado à hipertensão, que o fazia convulsionar em situações de stress. Começamos a acompanhar a SDC dele e a pressão, e assim estamos até hoje.

Recentemente ele teve um hifema (acúmulo de sangue na câmara anterior do olho. WIKIPEDIA, 2014. Rsrs...) e fomos investigar. Tivemos que reajustar toda a medicação para a pressão, pois, aparentemente, este hifema foi causado por picos de pressão alta.
Desnecessário dizer que ele está cego (temporariamente ou não, ainda não há como saber) e está tendo bastantes problemas de adaptação por conta da SDC. Dizem que cães que ficam cegos logo se adaptam e fazem como que um mapa mental da casa de forma que não esbarrem e nada nem se percam. Já o meu velhinho está esbarrando em tudo, dando cabeçadas, andando em círculos, se perdendo e se desequilibrando.
Eis o panorama geral da saúde do Boomerzinho.



Pretendo, a partir de então, postar coisas sobre o dia a dia dele, como fazemos para dar mais qualidade de vida a ele, como ele reage às medicações e quais as explicações que as veterinárias (lindas, fofas, tudo-de-bom) dele dão. Quem sabe esse blog sirva de ajuda ou até de inspiração para algum papai ou mamãe de peludo que esteja à procura de uma luz. Ou até para fazer amizade com/entre pessoas que passam pela mesma situação. Seria bacana ter com quem conversar sobre isso e trocar experiências. Mas, expectativas à parte: meu intuito é fazer deste blog um diário com informações bacanas sobre a velhice do meu querido. Espero que vocês gostem!

Foto atual antes do hifema. Um fofo!